quarta, 26 de novembro de 2008 às 17:59
Vilões e heróis
Há quem volte ao assunto do Bem contra o Mal, ou vice-versa. Ou, por outra, à inesgotável dicotomia de heróis e vilões. Apresso-me a esclarecer que, na minha opinião e na dos meus botões, homens de boa e má vontade existem em todas as classes sociais, em todas as raças, em todos os países. A Máfia, por exemplo, é a imagem perfeita e acabada da maldade. Ela é citada por vários navegantes. Anoto, entretanto, que não resulta de miséria, como se dá, em muitos aspectos, no caso da criminalidade nativa. A Máfia é establishment, vale-se da indulgência dos governos e explora o medo generalizado de ricos e pobres e o vício de tantos. No Brasil, o poder assemelha-se bastante à Máfia. Como observa, aliás, a navegante Waleria. Insisto, de todo modo. Os vilões nativos militam na minoria privilegiada, ainda que vilão também seja Fernandinho Beira-Mar. O qual, porém, expõe-se a riscos que os donos do poder jamais correrão. Edmundo Adorno diz que vilania é a do povo, submisso, resignado, alienado. Sim, a incapacidade de reação às humilhações diuturnas por parte do povo brasileiro me entristece, mas vilania não é. Que esperar de massas que ainda trazem no lombo a marca do chicote da escravidão. A maioria vive em um limbo trágico, abandonada ao seu destino por uma elite feroz, voltada exclusivamente para a satisfação imediata dos seus interesses. E o País? Que se moa.
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